quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pobreza de espírito

Olá amigos, como estão? Nossa, fazia tempo, hein? Praticamente 1 ano... Minhas sinceras desculpas caso alguém tenha sentido falta destas inúteis postagens, mas esta correria cotidiana paulista/paulistana é de estafar qualquer um. Muitos assuntos me passaram pela cabeça, mas a inspiração de escrever tardou a vir... Comecei a escrever este post em novembro e só hoje que tive coragem de voltar para concluir...
Enfim, dentre todos estes assuntos que me vieram à mente e que pretendo postar aqui quando der, foi este do título que me deu mais vontade de escrever... Puxa vida, como me incomodam pessoas pobres de espírito! Deixando claro desde já, obviamente este tipo de pobreza NADA tem a ver com pobreza de recursos financeiros, ou pelo menos, não acredito estar diretamente relacionada. Conhecemos casos de pessoas muito pobres financeiramente que, a partir de seu empreendedorismo e espírito arrojado, viraram o jogo a seu favor e hoje são ricas em muitos segmentos de suas vidas (acho que não preciso citar, entre outros, o Homem do Baú, né?). Por outro lado, algumas pessoas milionárias que, ao abrirem suas imponentes bocas, demonstram total ignorância, arrogância, falta de educação e, acabam deixando nas entrelinhas que todo esse montante está suas contas bancárias por mero acaso do destino.
Penso que, infelizmente, essa pobreza de espírito é um dos motivos que tornam a sociedade muitas vezes um lugar hostil para quem busca uma saúde e qualidade de vida psicológica confortável. Sim, para quem me conhece pessoalmente sabe quão chato e ranzinza sou para a minha idade, porém muito me incomoda colocar os pés na rua e observar os atrasos sociais vindo dessa mediocridade psico-espiritual. Saio de casa e me deparo com pessoas que nunca fazem nada, conversando única e exclusivamente da vida dos outros. Muitas vezes me esqueço do que tenho que fazer no dia seguinte, no entanto, se eu perguntar para qualquer um deles o horário que preciso sair de casa na próxima manhã, com toda certeza me responderão e de bonus track recebo a hora que volto. Impressionante! No momento do ônibus e do trem então nem se fala: os assuntos beiram o insuportável: novela, futebol e vida dos outros são os top hits da viagem. Assuntos de importância nacional e internacional assim como considerações acerca de problemas encontrados por nós, por exemplo, havendo uma argumentação plausível e viável para isso (apenas uma sugestão para mostrar que a cabeça ainda está lá para pensar) passam longe desses lugares. Seria tão díficil entrar no mundo abstrato das idéias e falar sobre elas?
Assuntos como esses não são tão digeríveis para um cérebro preguiçoso quanto os que nos acompanham em nossas viagens cotidianas. Falar de pessoas, mesmo que da ficção, parece ser mais fácil e confortável; ele vem mastigado. Poupa-nos de criar e imaginar cenários e realidades diferentes e melhores, exercitando desta forma a musculatura cerebral. A partir disso vem o assunto do post. Vemos pessoas acomodadas. "Isso me basta! Isso é suficiente para mim! Acordo cedo, vou trabalhar, volto, descanso com coisas que não utilizam meu cérebro e a vida continua! Tá bom assim!" Não acho que seja por aí. A estagnação pessoal que isso causa é medonha. É bem o caso do marido (ou da mulher) que se casa, com a sensação de que não precisa procurar mais nada, engorda, para de se cuidar e de se perfumar e começa a se vestir de qualquer jeito. Não que você vá caçar outra pessoa mais interessante pra você, mas cadê a ganância pessoal a essa hora, de estar bem consigo, de buscar ser uma pessoa melhor a cada dia?
Esses são alguns pequenos exemplos de muitos outros que poderiam ser explanados aqui que ilustram perfeitamente a pobreza de espírito à qual eu me refiro. Essa sensação de plenitude quando não se tem nada é de amargar. Infelizmente nós (eu e você que aguentou ler este post até o fim) precisamos lidar com esses tipos de atrasos que, ao meu ver, só fazem do Brasil, assim como outros piores ainda, mais um país que implora por desenvolvimento (não sei desenvolvimento de que, uma vez que o subdesenvolvimento me dá bom dia todos os dias e é tão latente à minha frente).